Editorial
Dignidade é a prioridade
Na última semana, a Redação do Diário Popular recebeu, por duas vezes, turmas de estudantes de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). É sempre importante dialogar com mentes jovens, principalmente voltadas à nossa área de atuação. Entre as diversas perguntas de grupos que tinham, se tanto, 20 anos de idade, uma aluna disse que sua impressão é que os noticiários, em geral, destacam "muita coisa ruim."
Isso gerou uma reflexão mais aprofundada na gestão da Redação. De fato, a gente não é o tipo de Jornal que, como diz o jargão, se espremer, escorre sangue. No entanto, é fato que muitas de nossas capas destacam aspectos negativos. No entanto, na imensa maioria há um ponto em comum: o assunto é, à priori, sobre dignidade. Esse tema deve ser o norteador de todo e qualquer debate sobre comunidade que é, no fim das contas, um dos principais fins de um jornal.
É ano eleitoral e isso não é esquecido em nenhum momento nas ruas de Pelotas. Em qualquer conversa atualmente, o momento é daquele debate eterno sobre nomes. Fulano ou fulana? Quem coliga com quem? Qual chapa tem mais adesão em cada nicho? No entanto, pouco se entrou, até agora, em propostas voltadas aos pelotenses. É muito antiquado o pensamento mágico de que a eleição de um nome muda algo, é sempre uma ideia, uma proposta. Que precisa ser oficializada, apresentada e, se aprovada pela população nas urnas, ser cobrada incessantemente até ser colocada em prática.
A capa de ontem do Diário Popular mostrava problemas em termos de habitação. A busca pela dignidade por moradia decente. A de hoje fala de iluminação. A busca de dignidade por locomover-se com o mínimo de segurança pela cidade. Fim de semana era o Sete de Abril. A busca pela dignidade de aproveitar as potencialidades locais. Enfim, tudo isso é a imprensa fazendo seu papel de gerar reflexão e debates sobre a Pelotas que queremos e os problemas que enfrentamos hoje.
Os jornais são um organismo vivo dentro da sociedade e, embora a postura em geral seja de observador e relator do que acontece, há que se refletir quando há um excesso de apresentações negativas. Não é que o veículo esteja destacando o que é ruim. Muitas vezes é que esses aspectos estão saltando mais aos olhos do que as questões positivas e isso, do gestor à comunidade, é motivo para acender sinais de alerta.
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